Jean Charles
by.Queiroz
O segredo de uma boa mentira é ser bem elaborada. É o que diz Selton Mello na pele de Jean Charles. E talvez seja mesmo. Como a de viver e trabalhar em outro país sejam a solução de todos os seus problemas. Uma mentira bem elaborada, pela ingenuidade de muitos, ou o simples sonho de gente com muito talento que não consegue expandir seus horizontes no Brasil, e se arrisca mesmo, com passaporte falso, essas coisas. Mas, nada que essas pessoas que tentam a sorte no exterior façam que justifique ser morto a sangue frio em um transporte coletivo. Mas, muito embora o filme cubra as notícias referentes aos atos terroristas da época, o tema do filme não é propriamente este. É curioso que a primeira personagem a ser focada pela câmera seja a Vivian (Vanessa Giácomo), pois é exatamente para o espectador entender a importância da pessoa para a trama. Jean Charles de acordo com o filme é um eletricista, malandro, bem relacionado, domina a língua estrangeira, e sempre a procura de trabalho. E não enxerga o mesmo empenho nos brasileiros que vivem em Londres, inclusive sua prima Vivian, que ao longo da trama vai passando por um processo de aprendizado. O Jean Charles deu a Selton Mello finalmente a oportunidade de ser convincente em cenas de drama, não que lhe tenha faltado talento outrora, mas compare a cena de choro dele no tribunal em Meu nome não é Johnny, com a dele em uma cena em que Jean liga para a mãe no Brasil. O cartaz e os fatos são sobre o Jean Charles, mas o filme é da Vivian, e lá pelo final se confirma a teoria de Einstein. "A mente que se abre a uma nova ideia jamais volta ao seu tamanho original". Assim seja.
8 Comments:
Belo texto, cara! Fiquei com mais vontade ainda de ver o filme...
Só acho uma pena eles terem optado por Sidney Magal ao invés de alguma banda do brit pop.
Valeu Sandro.
Na boa, uma das melhores critícas que li sobre esse filme é a sua. Assino embaixo.
Muito abrigado Mariane
Dizem que a cena de reconhecimento é fortíssima. Sei lá se tenho coragem de assistir esse filme. Beijus
Acho que mais pesada, em termos emocionais é a parte que explicam que Jean morreu. Como deve se se sentir a pessoa,né. Muito triste mesmo.
Beijos Luma.
ÓTIMA CRÍTICA QUEIROZ!!
Até ontem não tinha visto esse filme, é bem legal. Só achei que eles meio que gravaram algumas cenas no estilo de um documentário, como quando eles andam na rua e tem gente por todo lado e não dá pra ver eles direito.
ABÇ ;D
Foi uma tendencia na época, e que perdura em alguns filmes até hoje, o formato shaking câmera, ou simulando um documentário.
E olbrigado pelo elogio. ;)
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