Identidade secreta? Prá que?
Acima a arte de Alex Ross com Batman rodeado por seus maiores inimigos
Uma regra básica dos super-heróis é a despeito da grandeza de seus feitos, nunca revelar quem se esconde por trás daquela máscara. Motivos: Proteger seus entes queridos da ação de seus inimigos, poder viver entre os outros como uma pessoa normal ou a exemplo dos x-men não ser vítima de ódio e preconceito, por ser diferente. Quando Stan Lee criou o 4 Fantástico, a proposta era de criar uma nova leva de Super-Heróis que não sentissem a necessidade de esconder por trás de identidades secretas. Ainda no universo Marvel, temos a saga recente Guerra Civil em que o Homem de Ferro e Capitão América se dividiram em grupos opostos, após se tornar obrigatório por Lei serem reveladas as identidades secretas, e assim os super-heróis passariam a não ser mais vingadores errantes, mas sim funcionários do governo. O Homem de Ferro gostou da idéia, mas o Capitão América não. Aí que rolou a treta mano, rsrs. Quando Peter Parker tirou sua máscara em público revelando ser desde os 16 anos o Homem Aranha, seu chefe J.J Jameson caiu para trás. Mas, voltando, pensemos em outra regra já relativa assim as editoras de hqs. Parece que depois dos anos 60 não se criou mais nenhum grande super-herói. Até vemos a criação de coadjuvantes sem grande expressão, nenhum mais, tirando o Wolverine, que apareceu em 1974 pela primeira vez numa revista do Hulk, e depois foi adotado pelos x-men. Não estou inventando nada basta ler aqui: http://pt.wikipedia.org/wiki/Wolverine. Então, em hollywood, a febre das hqs tem tomado conta das grandes produções para a grande alegria de uns e a tristeza de outros. Dessa forma vejamos exemplos de filmes e séries que não seguem o arquétipo clássico dos super-heróis:
CORPO FECHADO
Sendo vendido erroneamente como um 6.° sentido-II, esse filme fala de forma despretensiosa do universo dos super-heróis. Talvez tal erro foi o que levou ao título no Brasil de Corpo Fechado, pois foi vendido no trailer como tal. Não se trata de um erro das distribuidoras brasileiras, que de certo deveriam ter vendido numa simples tradução do original Unbreakable para Inquebrável, ou melhor, Indestrutível. Bruce Willis é David Dunn, um homem que sobreviveu a um grave acidente que resultou na morte de 131 pessoas sem sofrer nenhum arranhão e ao encontrar Elijah Price, muito bem interpretado pelo maior ponta de todos os tempos, Samuel L. Jackson, vemos de um lado um homem indestrutível, mas cético em relação ao próprio dom e outro obcecado colecionador de quadrinhos que sempre teve a crença que a mitologia dos quadrinhos tem um fundo verdade. Interessante no filme esse aspecto de confronto entre ídolo e fã, ou seja, o super-herói e o nerd, sendo Elijah alguém que busca em David algum sentido na vida. Poderia ter virado uma hq, mas ninguém teve a bondade de pensar nisso.
HEROES
“Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”, já dizia Lavoisier, e parece que Tim Kring levou ao pé da letra essa frase, ao criar sua série. Imaginem se o Wolverine tivesse sem saber uma filha que é uma líder de torcida. Um político que é capaz de voar que nem o superman e por aí vai. Talvez o que chega mais perto da originalidade seja o carismático Hiro, um japonês capaz de viajar no tempo e para cidades, simplesmente concentlando(sic) como o próprio gosta de dizer. Heroes é um prato cheio para os fãs de hqs, chegando a dividir lugar no coração dos fãs da série daquela ilha. Aquela sabe, a que se move. Uma pena como já me informaram que a 2.ª temporada seja galhofa, chegando ao ponto de o próprio Tim Kring pedir desculpas publicamente pelo mal andamento de sua série.
HANCOCK
E ontem assisti um filme que a exemplo de Corpo Fechado foi vendido gato por lebre. Vendido como filme de super-herói, esse filme como tal esconde sua verdadeira identidade secreta. E revelo aqui que é um drama sobre um homem alcoólatra que após salvar a vida de um homem este se compromete a ajudá-lo a mudar sua imagem pública. Mesmo fazendo o certo esse homem a vida toda não teve orientação suficiente para formatar suas boas atitudes. É como alguém que executa seu trabalho, mas o chefe sempre tem uma queixa a fazer, ou mesmo um policial que faz ações no morro e é mal visto pela opinião pública, tendo em vista balas perdidas e excesso de violência. Então a única maneira desse homem se regenerar é largando a bebida e pagar por seus erros, e finalmente fazer o seu trabalho de forma que não prejudique ninguém e passe a ser respeitado por quem está zelando. Estou mentindo?! Nada!! Está tudo isso lá no filme, coberto com um verniz de efeitos especiais de última geração que tornam John Hancock tão indestrutível quanto o superman. Gostei do filme, e digo aos críticos que dormiram durante a sessão que deviam ver novamente, para perceber suas inegáveis qualidades. E realmente formidável ver Will Smith abrindo completamente mão de sua simpatia e carisma para encarnar um cara anti-social e completamente antipático.
4 Comments:
Está parecendo alguém que conheço escrevendo esses posts imensos! (rs*)
Queiroz, eu nunca pensei sobre esse motivo de usar máscaras. Na verdade, achei que fosse uma fantasia para brincar com o imaginário, de como fazem as crianças em suas brincadeiras; a máscara estaria ligada a assumir um poder, uma força que sem ela não temos. Nossa!! Isto dá até análise psicológica, heim??
Boa semana! Beijus
Acho que as duas ideias que vc expressou são válidas. Não só a máscara como o uniforme tem uma ligação direta com o imaginário infantil. Muito embora se vc der uma olhada no desenho do Batman que postei e reparar na Mulher-Gato, a conotação é bem adulta, bem Madonna. rsrs. Aliais dizem que os roqueiro são os super-heróis da vida real, pois podem se vestir do jeito que querem e não passam por ridículo. Que o diga o Kiss. E quanto a máscara estar ligada a assumir um poder, uma força que sem ela não temos, lembra muito a conversa que Bruce Wayne tem com Alfred em Batman Begins em que ele diz: "Um homem pode ser destruído, mas um símbolo...". Bem, por aí.
Beijos Luma
Vou além, Corpo Fechado é o melhor quadrinho que nunca sequer fora ilustrado. Ponto.
Quanto ao Hancock, veio apenas uma cópia dublada por aqui. Assim sendo, é dose ter que pagar para assistir algo assim no cinema sem o áudio original. Fizeram o mesmo com Hulk por aqui, e temo que façam o mesmo com DK.
Abração.
Realmente gostaria de saber os próximos passos do terrível Mr. Glass. E versão brasileira as vezes é ótima como foi Homem de Ferro ou porcaria como outros. Depende muito da escolha certa na hora da dublagem. Mas, as vezes o filme é tom bom que a gente nem se toca nesses detalhes.
Valeu Luwig!!
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