sexta-feira, fevereiro 08, 2008

O questionamento da arte ou a arte do questionamento

by.Queiroz


Dois fatos me fizeram ficar com uma certa raiva nesses dias. A censura do carro alegórico idealizado por Paulo Barros da Viradouro e algo que li essa manhã na página 2 do segundo caderno do O Globo, nesta sexta-feira, dia 8, matéria de Tom Leão, abre aspas: “-O holocausto não é um assunto que se deva representar num musical”, no caso Buddy Elias, de 82 anos, primo de Anne Frank, sim!!! Aquela do diário, que virou tema de um musical espanhol. Pelas imagens das fotos no jornal, me pareceu que a intenção foi retratar o período anterior ao holocausto na vida da Anne. Enfim, que coisa constrangedora pensar que arte não pode mais ser usada como uma forma de questionar a realidade. Imaginem, “não pode mais ser executada música de qualquer idioma que cita violência contra a mulher”, nunca mais vai tocar Hey Joe do Jimi Hendrix. “Não pode mais nenhuma encenação pública em espaço aberto ou fechado que lembre imagens de guerra”, The wall, nunca mais. E voltando ao Paulo Barros, me pergunto, para que serve o Carnaval?


Viva o sonho americano e a total falta de questionamento, aperte o play e seja feliz.

4 Comments:

Blogger Ju*estrela* said...

"não pode mais defender a humanidade?! não precisamos pensar/questionar?!"... acho que temos que falar daquilo que nos rodeia, das causas sociais e, buscar um mundo melhor. nada vai mudar se desconhecermos as nocividades do mundo.

BeiJus* Queiroz

11:43 AM  
Anonymous Anônimo said...

O curioso né, Ju, que sábado eu estava assistindo pela tv o desfile das campeãs, e a Portela, tinha um carro alegorico que era assim: Tinha um bebê desnutrido cercado por flores mortas, áí tinha um efeito em que girava aí parecia um bebê bem nutrido e flores lindas. Essas é uma forma de questionamento, e bem chocante, mas foi liberada, sabe. Proibe um; mas libera outro. Como funciona isso?

9:48 PM  
Blogger Ju*estrela* said...

Pelo menos, mesmo que seja injusto [proibi um e libera outro], ainda há espaço para questionamentos né Queiroz?!

Tenho lido um livro chamado "As boas mulheres da China" e, ele tem me deixado bastante sensibilizada, pois trata das histórias vividas pelas mulheres da China durante o regime comunista. São histórias tristes, chocantes, humilhantes... porém reais. Não adianta a gente querer viver de fantasias, a vida também tem seu lado cruel. Acho mesmo que é preciso falar, mesmo que seja em forma de arte, das causas sociais. Não se deve calar. Se deve gritar pro mundo e lutar por paz.

BeiJus*

7:09 PM  
Anonymous Anônimo said...

Isso aí, Ju berrar pro mundo e lutar por paz.

1:00 AM  

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