terça-feira, fevereiro 07, 2006

ENTREVISTA: Mateus Pingüim

Queiroz:Quando você começou a sua carreira de rapper?

Mateus Pingüim:Desde que eu comecei a cantar, com uns doze pra treze anos, eu escrevia letras com rimas. Mas esse trabalho atual, com batidas eletrônicas e tal eu comecei em 2003.

Queiroz:Vc tem algum empresário, ou seja um cara que combine onde vc vai tocar e quanto vai receber pelos seus shows?

Mateus Pingüim:Não, nem tenho... eu mesmo faço essa correria, mas costumo conversar muito com produtores e deixo até na mão deles a possibilidade de venderem shows meu.

Queiroz:Vc já se apresentou em outras cidades?

Mateus Pingüim:Já sim, em Curitiba e no interior do paraná, em Florianópolis, em Porto Alegre, São Paulo, Volta Redonda, Duque de Caxias.

Queiroz:Como é o processo de composição?

Mateus Pingüim:Não tem muita regra, às vezes escrevo pra uma base, às vezes faço base pra letra antiga, gosto de escrever pra base de parceiros também.

Queiroz:Vc já participou da batalha da Liga dos mcs? E o que vc acha do evento?

Mateus Pingüim:Eu fui técnico de P.A. da liga dos mc´s, to sempre que posso na batalha do real, brutal crew eu to em casa, são os eventos q mais crescem no Rio e acho que essa galera merece porque é insistente e tem disposição!! Só não batalho porque não tenho muito a manha, gosto de fazer uns freestyles só com os amigos e tal, não me dedico a ser um mc de batalha.

Queiroz:Costuma ser rotulado como o autêntico rap nacional o feito por artistas como Mv Bill e Racionais mc’s , e quando surge alguém fazendo algo diferente como o rapper De Leve é visto como falso ou estranho. O que vc acha disso?

Mateus Pingüim:É visto como falso ou estranho por quem? Nunca achei falso, talvez algumas pessoas achem estranho porque são quadradas demais pra ouvir algo original.

Queiroz:O seu disco pode ser escutado por inteiro na internet e baixado tb. Será que vai chegar um dia em que o artista vai viver tão somente dos shows que faz e que a venda de EPs vai ser coisa do passado?

Mateus Pingüim:Acho que os artistas já vivem mais de show do que fazem do que de venda de discos, mas vão sempre arrumar um jeito de tirar um qualquer em cima das músicas. Já tem site vendendo música, talvez seja um início de uma nova forma de mídia. O que eu gostaria muito é lançar em vinil, é um mercado que sempre vai existir, a cultura do vinil nunca vai morrer.

Queiroz:O rapper paulista Veiga sabe tocar saxofone muito bem, e diz numa música ter a carteira da OMB. E então, será que está ficando ultrapassada essa idéia que no rap o importante é a letra e que a base musical não precisa ser necessariamente uma composição própria?

Mateus Pingüim:Rap é ritmo e poesia, não adianta fazer um instrumental muito foda e escrever umas rimas ruins. Acho que os dois tem que ser bom, mas se a rima é boa pode ser em qualquer base! Acho manero gente que toca, seja um instrumento ou num computador, se o cara cria é porque é músico. E sobre OMB eu quero mais é que eles se f#$@%!

Queiroz:Vc gosta de rap estrangeiro?

Mateus Pingüim:Gosto, claro!

Queiroz:Qual dica que vc dá p/quem está entrando nessa?

Mateus Pingüim:"quem chega no sapato conquista seu espaço é fato/ mateus pinguim da cidade do aço é rato/ sabe se expressar e no momento exato/ chega quem tem talento nato..."


http://www.tramavirtual.com.br/mateus_pinguim


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