TRON
Tron, O legado poderia ter superado Matrix com seus vários conceitos de criação de um novo universo, e novas vidas desse universo tecnológico, mas freiou seus impulsos no momento decisivo. É bem verdade que fechou com chave de ouro a temporada dos blockbusters de 2010, um ano que teve Inception como um dos concorrentes, e cuja a covardia na distribuição do filme Scott Pilgrim, um ótimo filme que infelizmente teve só três cópias enviadas para o Brasil, fez com que as grandes platéias brasileiras, deixassem cair o maxilar apenas após a exibição de Tron, O legado. Infelizmente todo o conceito criado na obra de 1982, não foi suficiente para que o filme não caísse no piegas lugar comum. O zizage de moto de Sam Flynn ao som de sintetizadores ainda no mundo real, me causou muito mais emoção do que a disputa de motos dentro da Grade, salvo quando a corrida de motos sofre a interferência da linda Quorra (Olivia Wilde), a última ISO, pilotando um carro de corrida. Por exemplo, a curva de 90.° do primeiro filme foi dispensada do novo por a equipe de efeitos especiais considerar que ficaria ridícula nos tempos de hoje. A luta de gladiadores com os que vou chamar de “discos de vida”, realizada nos dias de hoje faz ruborizar os realizadores da luta de discos do original de 1982, realmente o salto de tecnologia realmente atesta que a continuação de Tron foi realizada no ano certo. No entanto, eu que vi o primeiro Tron na minha tenra infância, filme esse que não teve tantas reprises assim, não entendo a importância do Tron neste universo. Sei que ele luta pelos Usuários, mas no contexto do Tron, Legacy, o personagem(Bruce Boxleitner) perdeu a sua importância, tornando Clue(Jeff Bridges), o grande diferencial no filme, na faceta de um tirano responsável pelo massacre dos ISOs criaturas que nas palavras de Kevin Flynn (Jeff Bridges) surgiram do nada como a chama, e falando do contexto emotivo, acho que faltou alma. Quantas vezes Sam e Quorra se beijam no filme? Nenhuma. Há coisas muito legais como o apartamento de Kevin Flynn retratando seu desejo de fugir da “equação”, tendo livros empoeirados, Julio Verne um deles, o preferido de Quorra, e sem dúvida a maneira como Kevin, se torna um Dalai Lama, e é lindo o efeito especial aquela luz com pequenos feixes subindo, é muito maneiro, e é muito legal a cena em que Kevin está presente na discoteca de Castor (Michael Sheen), e um dos programas se ajoelha fazendo reverencia, e a trilha sonora, tem que ganhar todas as premiações jurados, é bem merecido, mas para por aí. Clue(Jeff Bridges) que viria a combater a dita “tirania” dos Usuários no clímax do filme quando “tememos” finalmente o contato do mundo virtual com o mundo real sendo travada uma verdadeira guerra, o que faria muito bem ao filme até para alimentar a pretensão de realizar uma continuação, mas não a opção pelo final feliz, evitando aquilo que seria o verdadeiro encontro de Matrix com o Exterminador do Futuro e um mar de possibilidades foi jogado fora, infelizmente. Como diversão, é ótimo, é divertido, uma festa para os olhos com seus efeitos especiais, mas está longe de estar tão a frente de seu tempo quanto o Tron original . Como atração em 3D, em poucos momentos percebi a diferença, a não ser quando Tron e Sam gladeiam, e nos momentos em que era atirado um arpão, mas fora isso. Ah, sim Daft Punk de volta as pistas com força.
Estreiando aqui minhas classificações de filmes, Tron, Legacy, vale Dois ingressos.