Tropa de Elite, sobre o filme.
by.Queiroz
Que filme!! Eu gostei muito de Duro de Matar 4.0, mas quando o Cap.Nascimento disse para o John Maclayne, que ele era o xerife, ele disse : “Tô fora, Capitão!!”. Essa e outras piadas já viraram rotina, nas conversas por aí sobre o filme. Mas, como exaltar aquilo que traz medo à uma parcela massacrada da população. Há uma tendencia da classe média prá cima se identificar mais com os policiais. Pois, os filmes que usam o ponto de vista da badidagem, tem uma, como vou dizer, "identidade" com as classes menos privilegiadas. Nem a classe média quer ser policial e nem os humildes bandidos, entendam, mas quando aparecem cenas em que os policiais sobem o morro, a classe média pensa tamos subindo, a pobre pensa lá vem eles. Ou seja, mais ou menos como é o entendimento na vida real. Filmes como Cidade de Deus, Cidade dos Homens, etc, fazem a classe média enxergar o problema do outro lado do muro. Mas, o problema não acaba e as pessoas querem as soluções. O filme começa com a narração do Cap.Nascimento pisando no próprio pé da corporação, e acaba a Tropa, se tornado a exceção à regra de corrupção e fraqueza de artilharia. Eles são os Justiceiros da vida real, Caveiras, mas não dura muito pro filme mostrar os podres deles tb. O filme perdeu uns pontos prá mim antes de ver por não retratar de onde surgiu a semente, com a prisão do bicheiro Castor de Andrade, o mesmo que divagou “que polícia é essa que não pode ser corrompida”. Esse é mais ou menos, um trecho que li de Elite da Tropa. Depois de ver o filmes, os pontos foram perdidos com o núcleo do Matias (o dos estudantes maconheiros), pois lá poderia ter sido incluido nós: Nem policiais corruptos, nem da Tropa, nem viciados, nem traficantes. Faltou isso para mim no filme, o ponto de vista neutro de alguém que não tem a menor responsabilidade com os fatos ruins. Aquela cara de propaganda do governo que chateia, quebra o ritmo. Matias é um cara inteligente que quer se formar em direito, se especializar em direito criminal, mas completamente passional quando há o questionamento sobre a corrupção policial na sua sala de aula. A sequencia do filme é perfeita, com a narração do próprio Cap.Nascimento não limpando a barra da corporação. Eu julgo como herói do filme o Neto (Caio Juqueira), com sua jogada brilhante para sair da oficina na qual os “aspiras” tem que ralar e o fato de se f#der, por ajudar o amigo matias. Neto realmente veste a caveira, e até fica lisongeado quando o Cap.Nascimento diz:"Atira bem, mas tb com o meu fuzil é fácil". Chega a tatuar a caveira no braço, mesmo frente ao exitante tatuador. Há brilho nos olhos dele, muito embora a falta da consciência da onde está se metendo. E quanto a outra caveira? A pirata? Bem, realmente um dos fatos que me estimularam a ir no cinema ver o filme foi a propaganda boca-a-boca, disseminada exatamente pelas cópias no camelô. Eu vi esse filme domingo no cinema, pois é raro ver bons filmes nacionais na telona. Aliais boa parte da graça, está lá. Tanto o som do baile funk no começo do filme quanto as cenas de tiro, tudo é mais impactante. Agora fica uma questão: Ontem vi no Roda Viva a entrevista com José Padilha, e pelo visto parece que a intenção dele ao fazer o filme é o extremo oposto do que a galera anda pensando. É esse lance, com o Cidade de Deus, o popular ficou o Zé Pequeno, agora o Cap.Nascimento. Brasileiros gostam dos vilões(tb elegemos um monte), muito embora não veja o Capita como um vilão. É um cara frustrado que acha que pode salvar o mundo através da violência, mas acaba hipertenso, com problemas familiares e tendo que se afastar do Bope. Em termos de filme não é dificil traçar paralelos com filmes internacionais como Os Infiltrados, Até o limite da honra, Nascido para matar, mas em termos de filmes nacionais, não vejo um que seja comparável. Talvés não haja no mundo, um que faça refletir tanto sobre a angustia diaria de um país, mesmo que as pessoas enquadrem “Tropa” como um filme carioca, e não uma realidade nacional. Eu discordo disso. O filme acaba com nós espectadores levando um tiro, e na sequencia uma música do Rappa. Acho que seria, mais apropriada a música Cidadão Refém do Mv Bill que diz: “Quando o ódio dominar, não vai sobrar ninguém, o mal que você faz reflete em mim também, respeito é pra quem tem, pra quem tem.” Uma bela contradição para quem acha que viu a solução para todos os problemas na última cena do filme. Parabéns José.
Que filme!! Eu gostei muito de Duro de Matar 4.0, mas quando o Cap.Nascimento disse para o John Maclayne, que ele era o xerife, ele disse : “Tô fora, Capitão!!”. Essa e outras piadas já viraram rotina, nas conversas por aí sobre o filme. Mas, como exaltar aquilo que traz medo à uma parcela massacrada da população. Há uma tendencia da classe média prá cima se identificar mais com os policiais. Pois, os filmes que usam o ponto de vista da badidagem, tem uma, como vou dizer, "identidade" com as classes menos privilegiadas. Nem a classe média quer ser policial e nem os humildes bandidos, entendam, mas quando aparecem cenas em que os policiais sobem o morro, a classe média pensa tamos subindo, a pobre pensa lá vem eles. Ou seja, mais ou menos como é o entendimento na vida real. Filmes como Cidade de Deus, Cidade dos Homens, etc, fazem a classe média enxergar o problema do outro lado do muro. Mas, o problema não acaba e as pessoas querem as soluções. O filme começa com a narração do Cap.Nascimento pisando no próprio pé da corporação, e acaba a Tropa, se tornado a exceção à regra de corrupção e fraqueza de artilharia. Eles são os Justiceiros da vida real, Caveiras, mas não dura muito pro filme mostrar os podres deles tb. O filme perdeu uns pontos prá mim antes de ver por não retratar de onde surgiu a semente, com a prisão do bicheiro Castor de Andrade, o mesmo que divagou “que polícia é essa que não pode ser corrompida”. Esse é mais ou menos, um trecho que li de Elite da Tropa. Depois de ver o filmes, os pontos foram perdidos com o núcleo do Matias (o dos estudantes maconheiros), pois lá poderia ter sido incluido nós: Nem policiais corruptos, nem da Tropa, nem viciados, nem traficantes. Faltou isso para mim no filme, o ponto de vista neutro de alguém que não tem a menor responsabilidade com os fatos ruins. Aquela cara de propaganda do governo que chateia, quebra o ritmo. Matias é um cara inteligente que quer se formar em direito, se especializar em direito criminal, mas completamente passional quando há o questionamento sobre a corrupção policial na sua sala de aula. A sequencia do filme é perfeita, com a narração do próprio Cap.Nascimento não limpando a barra da corporação. Eu julgo como herói do filme o Neto (Caio Juqueira), com sua jogada brilhante para sair da oficina na qual os “aspiras” tem que ralar e o fato de se f#der, por ajudar o amigo matias. Neto realmente veste a caveira, e até fica lisongeado quando o Cap.Nascimento diz:"Atira bem, mas tb com o meu fuzil é fácil". Chega a tatuar a caveira no braço, mesmo frente ao exitante tatuador. Há brilho nos olhos dele, muito embora a falta da consciência da onde está se metendo. E quanto a outra caveira? A pirata? Bem, realmente um dos fatos que me estimularam a ir no cinema ver o filme foi a propaganda boca-a-boca, disseminada exatamente pelas cópias no camelô. Eu vi esse filme domingo no cinema, pois é raro ver bons filmes nacionais na telona. Aliais boa parte da graça, está lá. Tanto o som do baile funk no começo do filme quanto as cenas de tiro, tudo é mais impactante. Agora fica uma questão: Ontem vi no Roda Viva a entrevista com José Padilha, e pelo visto parece que a intenção dele ao fazer o filme é o extremo oposto do que a galera anda pensando. É esse lance, com o Cidade de Deus, o popular ficou o Zé Pequeno, agora o Cap.Nascimento. Brasileiros gostam dos vilões(tb elegemos um monte), muito embora não veja o Capita como um vilão. É um cara frustrado que acha que pode salvar o mundo através da violência, mas acaba hipertenso, com problemas familiares e tendo que se afastar do Bope. Em termos de filme não é dificil traçar paralelos com filmes internacionais como Os Infiltrados, Até o limite da honra, Nascido para matar, mas em termos de filmes nacionais, não vejo um que seja comparável. Talvés não haja no mundo, um que faça refletir tanto sobre a angustia diaria de um país, mesmo que as pessoas enquadrem “Tropa” como um filme carioca, e não uma realidade nacional. Eu discordo disso. O filme acaba com nós espectadores levando um tiro, e na sequencia uma música do Rappa. Acho que seria, mais apropriada a música Cidadão Refém do Mv Bill que diz: “Quando o ódio dominar, não vai sobrar ninguém, o mal que você faz reflete em mim também, respeito é pra quem tem, pra quem tem.” Uma bela contradição para quem acha que viu a solução para todos os problemas na última cena do filme. Parabéns José.