domingo, janeiro 16, 2011
Scott Pilgrim contra o Mundo
Scott Pilgrim é o melhor filme inspirado em vídeo games já feito até hoje a despeito de ser uma adaptação de quadrinhos. Há duas maneiras de analisar Scott Pilgrim, uma pelo primor de seus efeitos especiais e coreografia que pode ser posta sem parecer que está sendo superestimado ao lado de Kill Bill, nesse formato oriental com rostos ocidentais e outra pelo seu teor comédia romântica que vou deixar para as últimas linhas do texto para comentar. Ninguém olha para Michael Cera esperando que seja o tipo de pessoa que vá se dar bem numa briga, mas o magricela por um milagre de boa direção consegue convencer na pele do garoto brigão dos quadrinhos. Talvez, a motivação desse Daniel San do século XXI, reforce a crença, pois quem não cairia na porrada por Ramona Flowers?? O filme que trabalha na mesma velocidade de uma sitcom, em que as piadas são atiradas por segundo na tela, tendo até direito a uma breve homenagem a Seinfeld, soma coisas que serão reconhecidas por quem jogou Mario Bros. nos anos 90 como por ex. os oponentes virarem moedas quando abatidos, ou Street Fighter, com o famoso K.O!!! vindo na tela. Aliais desde o Batman de Adam West que não se vê tantas onomatopéias tão bem utilizadas em cenas de luta, o que hoje surge do resultado de efeitos especiais muito bem feitos, e cenas de lutas diferentes e bem construídas. Quem há de esquecer Brandon Roth, eternamente vaiado por Superman,O Retorno, encarnando um roqueiro vegetariano com poderes paranormais, travando uma Bass Battle com Scott Pilgrim. E destaco que a minha seqüência de luta preferida seja mesmo a da ex namorada lésbica de Ramona que quando rodopia para dar um chute em Scott tem seu pé parado no ar por Ramona e se vê na tela entre elas as letras VS, é sensacional, toda a seqüência e sua hilária e até imprópria conclusão. Falando do lado comédia romântica, peca, sabe, pois toda a preocupação que se tem em formatar como uma excelente fábula de vídeo game, lhe falta para o lado comédia romântica, talvez a alma indie de um Juno ou mesmo um Brilho Eterno de uma mente sem lembranças, não é dada a Michael Cera a oportunidade de ir além óbvio. Essas limitações de atuação de Michael Cera, só são suprimidas nos momentos de explosão do Scott Pilgrim, mas quando para e fala sério, não dá para o rapaz. A Ramona Flowers (Mary Elizabeth Winstead), apesar de por vezes ser frigida ainda assim você consegue vislumbrar uma alma para a personagem, o que não acontece com Scott, quando no terceiro ato ele diz que está lutando porque ama a Ramona, durante todo o tempo da projeção todos deveriam estar convencidos, mas não rola, pela falta de química dos personagens. É o grande problema do filme, o Scott Pilgrim é um cara fanfarrão que muda de uma namorada para outra sem nem estar aí, talvez pela debilidade de Michael Cera convencer como um sujeito assim, e mais como aquele cara frágil, bem banana, que a meninas sentem uma queda, mas por o filme ser muito engraçadinho, você não se incomoda com os momentos pseudo românticos. É por isso que para mim como comédia romântica vale apenas um ingresso, como filme inspirado em vídeo games vale três ingressos, subtraindo, chegamos a dois ingressos. Ah, sim, devo dizer aqui que graças ao Grupo Estação consegui assistir ao filme no Estação Botafogo no dia de sábado, pois eis que a distribuição da Universal no Brasil não foi nada camarada. GAME OVER
VALE DOIS INGRESSOS