Hulk n’ Rio, Dinheiro Fácil, Personal Che e o Interprete
by.Queiroz
Bruce Banner: O do Eric Bana me pareceu melhor pela personalidade introspectiva ao máximo, sendo assim um aviso de uma explosão sem precedentes. O de Norton é eficiente, sem dúvida, mas não passa de um bom escada para o Hulk. Apesar de que na parte do Brasil, ele arrebenta de fato. Mas, o Bill Bixby ainda é o melhor Banner.
Betty Ross: A Jennifer Connely já tinha experiencia em atuar como par de caras problemáticos, vide Uma mente brilhante. E é simplesmente linda a interpretação dela como a Betty Ross, apaixonada e chorona. Mas, Betty Ross de Liv Tyler é mais apaixonada ainda, e apaixonante, como uma mulher que não ve limites, para ficar perto do seu amor, e diferente da primeira nunca o trairia para satisfazer o desejo de seu pai, encarando até um tanque de guerra se precisar. E digo aqui encararia o Gigante Esmeralda na boa. Sim, estou falando daquilo mesmo. O ideal seria Jennifer oficial e Liv Tyler amante. Empate técnico.
DINHEIRO FÁCIL
Cláudio Campos, brasileiro, 34 anos, professor de capoeira, que mora em Bristol abre a faixa “Silence”, do disco “Third” do Portishead. O professor ganhou 300 libras que equivale à cerca R$ 1.000,00. A frase é a seguinte:
“Esteja alerta para a regra dos três. O que você dá retornará para você. Essa lição você tem que aprender. Você só ganha o que você merece”.
Uma pessoa quando realiza uma obra cinematográfica de ficção, tem de certa forma a “liberdade” de conduzir as pessoas conforme o seu ponto de vista. Ou seja, a obra é dele, ele pensa assim e você vai se orientar a seguir aquilo se quiser ou concordar. Isso vale para O Código Da Vinci, Bússola de Ouro, Closer e até Indiana Jones. Agora se a pessoa realiza um documentário, o que vai falar mais alto, não será o ponto de vista do realizador da obra, mas sim aquela realidade a qual ele está registrando, o protagonista do documentário não age ao bel prazer do diretor, mas sim conforme a maneira que acredita ser a certa. Pois bem, traçando essa pequena linha de diferença, que pode ser uma regra seguida ou não, Michael Moore que o diga, chegamos a Personal Che, documentário que assisti. O documentário abre com a imagem de Ernesto Che Guevara, deitado com os olhos bem abertos. Ele está morto, mas seus olhos brilham como se a qualquer momento pudesse dizer alguma palavra. Segue com o relato de uma moça boliviana que diz que quando viu pela primeira vez a foto de Che Guevara morto, achou estar vendo a imagem de Cristo, e suas amigas, que lhe mostraram a tal foto, retrucaram dizendo que aquele era Che Guevara e se ela nunca havia ouvido falar nele. Mais adiante no correr do filme, um taxista cubano que batizou seu filho com o mesmo nome do guerrilheiro e o veste sempre com uma fardinha, é questionado pelos documentaristas se nunca havia visto uma foto de Che morto, e esse diz que não e logo depois junto com toda a sua família meio que perplexa vê a foto, como se o homem que morreu em 1967, tivesse sido morto no dia de ontem. O filme atenta é claro para o aspecto comercial da imagem icônica de Che, que é estampa fácil nas camisas de adolescentes, bandeiras de torcidas organizadas, adesivos e outros, sem que as pessoas que a usam façam a menor idéia de que aquela foto que foi tirada por Alberto Korda e que inspirou a pintura de Jim Fitzpatrick, é do dia em Che participava de um memorial às vítimas de uma explosão de barco que matara 136 pessoas. Se você observar a verdadeira foto, e não simplesmente a famosa estampa, perceberá que é um olhar de fúria e indignação, mas que virou modinha, e objeto de colecionador. Ainda é observado por um dos entrevistados que a maioria das fotos tiradas de Che ele estava sempre sorrindo, de bom humor, muito diferente da pintura que virou estampa, e segundo um dos entrevistados, pasmem, ele diz, abre aspas “a melhor coisa que ele fez na vida foi tirar aquela foto”, fecha aspas. O filme acaba destacando muito a ignorância que as pessoas tem em relação aos feitos de Che. Há a admiração, é verdade, mas está ausente o porque dela. Nenhum especialista ou fã bem informado é entrevistado no documentário. Claro, no cartaz já dizia santo, nazi, revolucionário, fashion, Qual é o seu Che? Mas, vamos separar aqui como foi apresentado no filme. Santo: A moça boliviana que acreditava que Che não possuía nenhuma arma e sim um livro o qual saiam borboletas e assim ninguém poderia matá-lo, Nazi: Uma passeata de neo-nazis, sendo que um deles veste uma camiseta com a estampa de Che, e quando questionados o comparam a Hitler por causa da ideologia nacionalista, Revolucionário: é algo retratado numa peça de teatro no Líbano e nas palavras do único político que vai ao parlamento de Hong Kong sem terno e gravata, e sim vestido com uma camisa com a estampa de Che Guevara, e demonstra no seu discurso no parlamento sua indignação com as injustiças sociais. Fashion: ficaria por conta do colecionador de imagens de Che Guevara, que em nenhum momento mostra um livro sobre ele. O filme não acrescenta em nada, mas acaba exaltando grandes pontos de interrogação. Como, por exemplo: Terá sido Che Guevara um bom homem? Já que aprovou pessoalmente centenas de execuções sumárias pelo tribunal revolucionário de Havana e como procurador-geral, foi comandante da prisão Fortaleza de San Carlos de La Cabaña, onde, nos primeiros meses da revolução, ocorreram 120 fuzilamentos. Quer dizer o filme não usa esses termos, mas sim cubanos que vivem em Miami, apontando para o colecionador de camisas dizendo que “na camisa tem o rosto de um assassino, que se ele fosse cubano, nunca vestiria aquela camisa.” Logo, ou antes disso não me lembro direito, o documentarista quebra aquela “regra” que falei no início do texto que o protagonista do documentário não age ao bel prazer do diretor, mas sim conforme a maneira que acredita ser a certa. Quando o documentarista afirma a moça boliviana na frente de seu filho que Che era ateu, mesmo sabendo que esta sempre acende uma vela para ele, e o vê como uma figura santa, ele não está dando voz a sua entrevistada, ele está a conduzindo ao ridículo e conforme já disse, tal é grande a desinformação da moça que acredita até que ele não possuía uma arma. Quando chega ao vendedor de santinhos, sendo um deles a imagem de Che e questiona como um Guerrilheiro pode fazer milagres, ele não está levando a sério o fato de que aquele povo vê nesse um representante, uma figura a ser beatificada, mas sim está exaltando o quanto aquele povo é ignorante. Aí chego ao ponto que gostaria, qual é o Che Pessoal do documentarista? O santo de araque? O não-nacionalista? O que ordenou as execuções? Ou a estampa sem sentido? Ou nenhum deles? Só sei que a forma como fechou o seu documentário a impressão que passa é que Ernesto Che Guevara é apenas um homem morto. O meu Personal Che é aquele homem que em 1951, ainda não tinha terminado a formatura em Medicina, junto com Alberto Granado, realizou uma grande viagem pelo continente na velha moto do companheiro conhecida pelo nome de "La Poderosa" e que por causa da visão de tanta miséria e impotência e das lutas e sofrimentos que presenciou em suas viagens chegou à conclusão que a única maneira de acabar com todas as desigualdades sociais era promovendo mudanças na política administrativa mundial. O Che idealista é o mais interessante de todos, o resto é só imagem.
COMPARANDO OS FILMES DO HULK
Bruce Banner: O do Eric Bana me pareceu melhor pela personalidade introspectiva ao máximo, sendo assim um aviso de uma explosão sem precedentes. O de Norton é eficiente, sem dúvida, mas não passa de um bom escada para o Hulk. Apesar de que na parte do Brasil, ele arrebenta de fato. Mas, o Bill Bixby ainda é o melhor Banner.
Betty Ross: A Jennifer Connely já tinha experiencia em atuar como par de caras problemáticos, vide Uma mente brilhante. E é simplesmente linda a interpretação dela como a Betty Ross, apaixonada e chorona. Mas, Betty Ross de Liv Tyler é mais apaixonada ainda, e apaixonante, como uma mulher que não ve limites, para ficar perto do seu amor, e diferente da primeira nunca o trairia para satisfazer o desejo de seu pai, encarando até um tanque de guerra se precisar. E digo aqui encararia o Gigante Esmeralda na boa. Sim, estou falando daquilo mesmo. O ideal seria Jennifer oficial e Liv Tyler amante. Empate técnico.
General Ross: O de Sam Elliot é de longe melhor que o de Willian Hurt. Enquanto primeiro é o paizão super protetor, o segundo a trata como uma bastarda. O primeiro resguardava uma certa razão em atacar o Hulk, afinal o General já teve uma experiencia ruim com o pai do Banner, um cientista louco, enquanto o segundo parece ser apenas uma versão mais velha do Talbot(Josh Lucas),vilão de araque do primeiro filme. O Ang marcou ponto nessa.
Vilões: O segundo filme dispara na frente de forma absurda. Enquanto no 1° tinha um Mauricinho muito mala(Josh Lucas), o 2° tem um militar cujo o nível de cagaço é zero, falo do Blosky de Tim Roth, que começa como simplesmente um cara cumprindo seu dever e vai a medida do filme evoluindo até ser tornar um grande filha da p#$%&. Enquanto o primeiro filme tinha um Hippie que virou um monstro absorvente, no de agora tem o Abominável que é a razão de taquicardia na luta final espetacular do filme.
Ambientação: O Brasil com muito orgulho e muito amor, tá muito bem presente na parada. Meu querido Rio de Janeiro foi um ótimo começo para o filme. Principalmente por causa da Débora Nascimento.
O próprio: Sem dúvida o Hulk de agora é fantástico. Medonho ao máximo, vc vai lutando junto com ele até o final. A fibra do Hulk está presente nele. Raros são os momentos em que ele soa ineficiente. Demais mesmo. Eu estou escutando os berros dele até agora.
A frase do filme: “Não me deixe com fome!!”, frase de Bruce Banner (Ed Norton), quando quis na verdade dizer em português “Don’t make me angry = nervoso e não hungry = fome. Nisso que dá aprender a falar português ouvido fitas.
Isso aí galera, assistam ao filme que é bom demais. E tô apostando no Capitão América como o próximo filme da série. Já que acho que o General Ross que vai passar aquela informação daquele grupo secreto de super-heróis. Aquele sabe…
DINHEIRO FÁCIL
Cláudio Campos, brasileiro, 34 anos, professor de capoeira, que mora em Bristol abre a faixa “Silence”, do disco “Third” do Portishead. O professor ganhou 300 libras que equivale à cerca R$ 1.000,00. A frase é a seguinte:
“Esteja alerta para a regra dos três. O que você dá retornará para você. Essa lição você tem que aprender. Você só ganha o que você merece”.
PERSONAL CHE
Uma pessoa quando realiza uma obra cinematográfica de ficção, tem de certa forma a “liberdade” de conduzir as pessoas conforme o seu ponto de vista. Ou seja, a obra é dele, ele pensa assim e você vai se orientar a seguir aquilo se quiser ou concordar. Isso vale para O Código Da Vinci, Bússola de Ouro, Closer e até Indiana Jones. Agora se a pessoa realiza um documentário, o que vai falar mais alto, não será o ponto de vista do realizador da obra, mas sim aquela realidade a qual ele está registrando, o protagonista do documentário não age ao bel prazer do diretor, mas sim conforme a maneira que acredita ser a certa. Pois bem, traçando essa pequena linha de diferença, que pode ser uma regra seguida ou não, Michael Moore que o diga, chegamos a Personal Che, documentário que assisti. O documentário abre com a imagem de Ernesto Che Guevara, deitado com os olhos bem abertos. Ele está morto, mas seus olhos brilham como se a qualquer momento pudesse dizer alguma palavra. Segue com o relato de uma moça boliviana que diz que quando viu pela primeira vez a foto de Che Guevara morto, achou estar vendo a imagem de Cristo, e suas amigas, que lhe mostraram a tal foto, retrucaram dizendo que aquele era Che Guevara e se ela nunca havia ouvido falar nele. Mais adiante no correr do filme, um taxista cubano que batizou seu filho com o mesmo nome do guerrilheiro e o veste sempre com uma fardinha, é questionado pelos documentaristas se nunca havia visto uma foto de Che morto, e esse diz que não e logo depois junto com toda a sua família meio que perplexa vê a foto, como se o homem que morreu em 1967, tivesse sido morto no dia de ontem. O filme atenta é claro para o aspecto comercial da imagem icônica de Che, que é estampa fácil nas camisas de adolescentes, bandeiras de torcidas organizadas, adesivos e outros, sem que as pessoas que a usam façam a menor idéia de que aquela foto que foi tirada por Alberto Korda e que inspirou a pintura de Jim Fitzpatrick, é do dia em Che participava de um memorial às vítimas de uma explosão de barco que matara 136 pessoas. Se você observar a verdadeira foto, e não simplesmente a famosa estampa, perceberá que é um olhar de fúria e indignação, mas que virou modinha, e objeto de colecionador. Ainda é observado por um dos entrevistados que a maioria das fotos tiradas de Che ele estava sempre sorrindo, de bom humor, muito diferente da pintura que virou estampa, e segundo um dos entrevistados, pasmem, ele diz, abre aspas “a melhor coisa que ele fez na vida foi tirar aquela foto”, fecha aspas. O filme acaba destacando muito a ignorância que as pessoas tem em relação aos feitos de Che. Há a admiração, é verdade, mas está ausente o porque dela. Nenhum especialista ou fã bem informado é entrevistado no documentário. Claro, no cartaz já dizia santo, nazi, revolucionário, fashion, Qual é o seu Che? Mas, vamos separar aqui como foi apresentado no filme. Santo: A moça boliviana que acreditava que Che não possuía nenhuma arma e sim um livro o qual saiam borboletas e assim ninguém poderia matá-lo, Nazi: Uma passeata de neo-nazis, sendo que um deles veste uma camiseta com a estampa de Che, e quando questionados o comparam a Hitler por causa da ideologia nacionalista, Revolucionário: é algo retratado numa peça de teatro no Líbano e nas palavras do único político que vai ao parlamento de Hong Kong sem terno e gravata, e sim vestido com uma camisa com a estampa de Che Guevara, e demonstra no seu discurso no parlamento sua indignação com as injustiças sociais. Fashion: ficaria por conta do colecionador de imagens de Che Guevara, que em nenhum momento mostra um livro sobre ele. O filme não acrescenta em nada, mas acaba exaltando grandes pontos de interrogação. Como, por exemplo: Terá sido Che Guevara um bom homem? Já que aprovou pessoalmente centenas de execuções sumárias pelo tribunal revolucionário de Havana e como procurador-geral, foi comandante da prisão Fortaleza de San Carlos de La Cabaña, onde, nos primeiros meses da revolução, ocorreram 120 fuzilamentos. Quer dizer o filme não usa esses termos, mas sim cubanos que vivem em Miami, apontando para o colecionador de camisas dizendo que “na camisa tem o rosto de um assassino, que se ele fosse cubano, nunca vestiria aquela camisa.” Logo, ou antes disso não me lembro direito, o documentarista quebra aquela “regra” que falei no início do texto que o protagonista do documentário não age ao bel prazer do diretor, mas sim conforme a maneira que acredita ser a certa. Quando o documentarista afirma a moça boliviana na frente de seu filho que Che era ateu, mesmo sabendo que esta sempre acende uma vela para ele, e o vê como uma figura santa, ele não está dando voz a sua entrevistada, ele está a conduzindo ao ridículo e conforme já disse, tal é grande a desinformação da moça que acredita até que ele não possuía uma arma. Quando chega ao vendedor de santinhos, sendo um deles a imagem de Che e questiona como um Guerrilheiro pode fazer milagres, ele não está levando a sério o fato de que aquele povo vê nesse um representante, uma figura a ser beatificada, mas sim está exaltando o quanto aquele povo é ignorante. Aí chego ao ponto que gostaria, qual é o Che Pessoal do documentarista? O santo de araque? O não-nacionalista? O que ordenou as execuções? Ou a estampa sem sentido? Ou nenhum deles? Só sei que a forma como fechou o seu documentário a impressão que passa é que Ernesto Che Guevara é apenas um homem morto. O meu Personal Che é aquele homem que em 1951, ainda não tinha terminado a formatura em Medicina, junto com Alberto Granado, realizou uma grande viagem pelo continente na velha moto do companheiro conhecida pelo nome de "La Poderosa" e que por causa da visão de tanta miséria e impotência e das lutas e sofrimentos que presenciou em suas viagens chegou à conclusão que a única maneira de acabar com todas as desigualdades sociais era promovendo mudanças na política administrativa mundial. O Che idealista é o mais interessante de todos, o resto é só imagem.
O INTERPRETE