domingo, junho 22, 2008

Fight!!

by.Queiroz

Um dos grandes clichês, ou regras melhor dizendo, dos bons filmes de luta é que o protagonista não está na competição para ganhar uma grana, para humilhar seu adversário ou simplesmente levantar o Troféu. É sua Honra que está em jogo. Não a vitória, mas a razão de lutar no final que representa o diferencial maior entre ele e seu adversário. Pois bem, penso em três bons exemplos de filmes que defendem bem essa bandeira.

KARATÊ KID


Um dos maiores clássicos da Sessão da Tarde ao lado de várias comédias românticas, esse filme foi o motivo que fez muitos moleques durante os anos 80, querer aprender a arte marcial ensinada pelo Sr.Miyagi(Pat Morita) ao seu aluno Daniel Larusso(Ralph Macchio), ou Daniel San, como gostava de o chamar. Karatê Kid se trata do seguinte: Daniel Larusso mudasse com sua mãe Lucille Larusso (Randee Heller) de New Jersey para a Califórnia, tentando recomeçar a vida após a morte do pai de Daniel. Tudo começa muito bem conhecendo a gatinha Ali Mills (Elizabeth Shue). Mas, como toda estória tem que ter um vilão, esse papel fica por conta de Johnny Lawrence (William Zabka), um otário karateca aluno da Cobra Kai que junto com seus amigos metem a porrada no Daniel, mas Kesuke Miyagi aparece na hora certa para defendê-lo dos cinco agressores. Sabendo que não demoraria muito, para a galera do Johnny dar um jeito de voltar a encher o saco do Daniel, o Sr. Miyagi vai junto com Daniel ao Dojo da Cobra Kai conversar com o Mestre John Kreese (Martin Kove), mas esse como um veterano da Guerra do Vietnam não vai muito com a cara de pessoas com olhos puxados, independente de sua origem, no caso do Sr. Miyagi, japonesa. Então, inteligentemente o Sr. Miyagi propõe que Daniel se inscreveria no Torneio do Karatê da cidade, mas que como condição durante todo o treinamento nenhum aluno da Cobra Kai importunaria o rapaz. Daí pra frente é história, até aquele momento ninguém imaginaria que encerar carros e pintar paredes serviria como forma de se treinar Karatê. E Daniel faz bem o seu clássico treinamento que o conduziu a vitória no final do Torneio, e claro defendendo com dignidade sua honra. A pior coisa pra mim que aconteceu com esse filme foi ter continuações, que só serviram para caçoar do golpe final dado por Daniel em Johnny no 1.° fime. Não teria sido nada mal se a única continuação fosse o Karatê Kid estrelado anos depois pela “Menina de Ouro”. Mas, isso é outra estória.



O GRANDE DRAGÃO BRANCO


Se em 1984 teve o inesquecível Karatê Kid, foi em 1987 que foi realizado o melhor filme de luta que eu já vi na minha vida: “O Grande Dragão Branco”, do sumido Jean-Claude Van Damme. Eu na época não vi no cinema, mas quando passou na televisão o filme a fita cassete não cansou de ir e voltar na cena da luta final. Muito bom mesmo. E pensar que o mesmo Van Damme anos depois estrelaria o pior filme que já vi na vida, Street Fighter. Abaixo a sinopse:

“O filme foi baseado em fatos reais da vida de Frank W. Dux. Frank é um norte-americano que aprendeu artes marciais com um mestre japonês, Shidoshi Tanaka. Depois de um treinamento pesado, Frank vai até Hong Kong participar então de um campeonato de Full-Contact intitulado "Kumitê", onde se misturam vários estilos de luta. Frank tem um desempenho invejável durante o campeonato (quebrando vários recordes) o que faz o temido e atual campeão Chon Li (Bolo Yeung) sentir-se ameaçado pelo até então coadjuvante Frank (Van Damme). Na luta final entre os dois Chong Li utiliza-se de um golpe baixo jogando um pó nos olhos de Frank que prejudica sua visão, porém Frank havia recebido um treinamento que o ensinou a utilizar todos os sentidos em um combate, conseguiu derrotar Chong Li e acabou humilhando-o fazendo dizer "Mate" que significava uma espécie de "pedido de clemência". Tornou-se o primeiro ocidental a vencer o torneio e honrou seu mestre.”
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Bloodsport




REDBELT



Aí chegamos a Cinturão Vermelho ou Redbelt no original, filme que assisti ontem. Mike Terry (Chiwetel Eliofor) é um mestre de jiu-jitsu que acredita que a arte marcial é incompatível com os Torneios de Vale-Tudo, mas a força das circunstancias ocorridas durante o filme o faz voltar aos ringes. Eu nunca acreditei que o jiu-jitsu daria um bom longa metragem, pois a luta corpo a corpo não produz o espetáculo de por exemplo, um filme de Karatê. Mas, a forma como são bem empregadas as técnicas da luta no filme de David Mamet, até anima o menos apto a praticar o tal esporte a querer começar. E isso é algo bem representado pela advogada Laura Black (Emily Mortimer), na minha opinião a melhor personagem do filme, tendo em vista sua fragilidade e medo e a maneira como o Mike demonstra que o Jiu-Jitsu teria valia sim para ela no seu dia a dia, é um ponto forte no filme, além claro de seu estremo oposto de segurança quando ela está exercendo seu ofício. Temos os atores brasileiros Alice Braga(Sondra Terry) e Rodrigo Santoro, a primeira que finalmente está com um papel relevante numa trama norte-americana e o segundo não fazendo feio como o irmão dela que cuida dos negócios relacionados à Luta Livre. O filme peca pelos seus furos e contradições. Furo talvez relacionado pelo relógio falso dado pelo ator Chet Frank à Mike, quando quase que perto da conclusão se tratou de obra do acaso, sem falar da intervenção de Sondra para facilitar o trabalho dos estelionatários do filme, quando a gente não pode nem saber se foi verdade ou não, apenas supõe por causa da morte de um dos personagens que não poderia mais fazer o papel de culpado e da ausência da manifestação dela após essa descoberta feita por Mike. E a contradição é o fato que Mike é da escola Brasileira de Jiu-Jitsu, e reconhecidamente os brasileiros tão bem sucedidos nos torneios de Luta Livre Internacionais, junto com outros competidores de outros países, que reconhecem a valia de tal profissão, são tachados de cúmplices de um sistema viciado que como é dito no filme “onde rola dinheiro, há de ter corrupção”. Mas, apesar desses moles por assim dizer, o filme tem uma boa conclusão apesar de totalmente inverossímil a reação de certas pessoas na conclusão, já que não sabiam o porque da revolta de Mike, mesmo assim, foi passada a mensagem de que não há situação de que você não possa escapar e que a Faixa não é apenas um cinto, para não cair as calças, mas sim uma honraria que é conquistada a duras penas.

Cinturão Vermelho (Redbelt) de David Mamet (EUA, 2008) com Alice Braga, Chiwetel Elijofor, Emily Mortimer, Rodrigo Santoro,Tim Allen.

Exibição nos Cinemas do Rio de Janeiro:
Barra da Tijuca:
Cinemark Downtown 9: 13h:35m, 16:00 h, 18h:30m e 20h:50m.
Espaço Rio Design 1: 14h40m, 17:00h, 19h:20m e 21h:50m.
UCI New York 6: 13h:30m, 15h:40m, 17h:50m, 20:00h e 22h:10m.
Zona Sul:
Estação Ipanema 2: 13h:40m, 15h:40m, 17h:40m, 19h:40m e 21h:40m.
Estação Vivo Gávea 3: 14h:20m, 16h:20m, 18h:20m, 20h:20m, 22h:20m.
Unibanco Arteplex 4: 15h:30m, 17h:40m, 19h:50m, 22:00h(exceto ter).

Fonte dos locais e horários: página 4 do segundo caderno, rio show, nos bairros, o globo, segunda-feira, 23 de junho de 2008. Nota : “Este caderno não se responsabiliza por mudanças em preços e horários. Ambos são fornecidos pelos organizadores dos espetáculos. Como nem todas as casas fornecem a classificação etária, é recomendável a pais e responsáveis a consulta prévia por telefone, faz ou e-mail.”



p.s. Alice Braga é a mulher mais linda do cinema.