domingo, fevereiro 28, 2010

Invictus

by.Queiroz



Nenhum povo entende tanto quanto o brasileiro o quão a proximidade do esporte do povo, dá este a moral para seguir bem os seus dias. Para uma parcela ganhar uma copa do mundo não traz benefícios ao povo, pois os países desenvolvidos levam bomba nos esportes e tem um bom um desenvolvimento político. Ora, esse é um pensamento que vê de um ângulo muito pequeno a situação. Com tantas mazelas políticas ver pessoas ganhando honestamente a vida e vencendo com o seu suor e representando o país no exterior é uma maneira mais do que justa de demonstrar o Brasil que deu certo. Mas, porque essa introdução se o texto é para falar de Invictus, que retrata um time de rúgbi da África do Sul? Bem, o esporte é outro, mas a intenção de Madiba, ou melhor, Mandela foi a mesma, quando tomou as dores dos Springboks, um time de Rúgbi com poucas chances na Copa do Mundo. A discussão do medo e do rancor envereda muito bem pelo filme, o medo na figura do chefe de segurança de Mandela, sempre a espera de algum atentado ao Presidente Africano, e rancor nas declarações dos personagens que não compreendem porque Mandela resolveu apoiar entre claras aspas seus algozes. Tirar de uma parcela do povo o que ela presa, não é uma forma de suprir uma antiga injustiça, Mandela queria demonstrar a mudança de sua gestão, que o fim do Apartheid teria que trazer benefícios tanto aos de pele clara quanto os de escura. Daí vem o herói do filme François Pienaar, muito bem interpretado por um parrudo Matt Damon, alguém sem mácula que inspirado por um grande líder vai lá lutar por seu país. O Clint Eastwood gosta de trabalhar com personagens que mudam de idéia no decorrer da trama, aprendendo algo importante. E parece que tem certa queda pela cor verde, vide a Menina de Ouro. A realização de um filme com um final feliz, quem diria, assim como os personagens de seus filmes marcados por uma drástica mudança de idéia, creio que talvez Clint Eastwood esteja mudando também as suas.