Blue Valentine
É desagradável pensar que os melhores filmes sobre amor sejam justamente os que retratam fins de relacionamentos: Apenas o Fim, Separados pelo Casamento, 500 dias com ela... enfim, Blue Valentine (me recuso a dizer o título do filme em português, é vergonhoso!!), entra nessa boa galeria. Sob um prisma de ponto de vista mais feminino sobre a questão, uma mulher inteligente e seus relacionamentos com idiotas possessivos (não a priori, por culpa dela é bem verdade). Michelle Willians passeia pela simpatia e antipatia de Cindy, e talvez a única personagem que é beneficiada com a falta de linearidade da trama. Há coisas em que num primeiro instante parecem que vão ter uma importância mais a frente, mas são dissolvidas da trama como castelos de areia, como a devoção de Dean (Ryan Gosling) com o idoso Walter ou mesmo a cadela morta do casal, mas nenhum desses elementos parecem ter muita importância para a trama que segue mesmo focada no casal protagonista. Dean tem claras desvantagens em relação a Cindy, a começar pela aparência, enquanto Dean tem aparência cansada e um modo acomodado de encarar a vida em um emprego que não gosta e mantendo o seu alcoolismo, Cindy ainda é uma mulher atraente e ainda leva a sério seu desejo de ser bem sucedida sendo uma médica, enquanto Dean não consegue ser mais desejado pela própria mulher e apesar de seus claros dotes musicais e nas palavras da própria Cindy em certo ponto do filme bom em tudo que faz, prefere continuar apenas sustentando sua família sem maiores expectativas. O Ping Pong do início e final de relacionamento acaba que desgastando momentos cândidos como a música que Dean faz para Cindy tocando uquelele e esta sapateia de forma que isoladamente torna a cena um clássico.
VALE DOIS INGRESSOS