Carioca de Janeiro, Fevereiro e Março.

by.Queiroz


Carioca de Janeiro, Fevereiro e Março, durante o ano todo versos eu faço. Ultrapasso a barreira do sangue bom, sem perder o tom, vou rimar sobre o Carioca estudante que encara cada prova como final de campeonato. Aquele que tem passar a matéria com os amigos o seu maior barato. Tem pressa de chegar em casa. P/dormir?! Não, isso só atrasa, após a janta tem mais estudo e até as 4 horas namora com os livros, e por incrivel que pareça depois de dormir tão tarde p/aula não se atrasa. E chega na aula dessa maneira e senta ao lado da cadeira da gata que durante a noite arrasa corações na pista de dança durante toda a semana. E no finde, vc pensa que ela se cansa? Dança quem pensa assim. Boa p/vc, boa p/mim. Seria alvo fácil dos flashs se fosse artista. Mas, tem outros planos muito embora seu belo corpo lhe desse recursos, ela sonha em concluir seu curso e passar em concurso. Mas, por enquanto fica deitada de bruço na praia. Enquanto passa o Carioca que não deixa dar aquela olhada na garota dourada, vendendo os mais diversos produtos. Vendedor e poeta em estado bruto, puxa do fundo do baú expressões. Seu grito na praia provoca as mais diversas reações. Pai de família que tem o poder de mandrake de transformar o pouco que ganha em sustento de vida, e aposta no seu filho outro carioca que quer ser craque do Flamengo e que chora quando o time não vence o nense, mas faz festa e pede para o pai fazer churrasco quando a semi-final é contra o ... Carioca não é malandro, se o fosse venderia a carioquice em fraco p/turista. E não, Arpoador, Bondinho e Cristo Redentor. O Cristo carioca é aquele que se mantem honesto e sorridente, guardando p/ si o mistério. O carioca ri, mas fala sério. Por isso lembro de Gabriela, João Hélio, dos Franceses de Copa, dos ônibus queimados, todos as vítimas dessa nova era. De garotos que viram feras, com a pistola na mão. De toda desgraça. Mas, chega!! Não quero me sentir assim, faça silêncio, feche os olhos igual a mim e você ouvirá o “Samba do Avião” de Tom Jobim.